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O crescimento puxado pelo consumo se esgotou?

O debate acerca de modelos alternativos de crescimento econômico para o Brasil tem revelado a quase unânime posição de que o modelo de crescimento puxado pelo consumo doméstico teria se esgotado.

Artigo de Celia Lessa Kerstenetzky, da Universidade Federal Fluminense (UFF), argumenta, no entanto que, dados os inaceitáveis níveis de desigualdade brasileiros, essa discussão deve levar em conta as brechas de consumo necessário da população brasileira: tais brechas sugerem ainda haver um importante espaço para redistribuição e avanço na provisão de bens públicos sociais para contribuir para o crescimento econômico com equilíbrio social e sustentabilidade ambiental.

Segundo a autora, tudo indica que o Brasil passou por um processo de crescimento redistributivo na última década. Uma análise da distribuição por décimos de renda com base na PNAD revela que, ao final da última década, enquanto a renda apropriada pelos 10% mais ricos se contraiu em 5%, a dos 10% mais pobres se expandiu em mais de 30% (ver tabela abaixo).


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Mas, apesar da redução das desigualdades de renda nos últimos anos, segundo a autora, se adotarmos como ponto de vista as necessidades inerentes a um padrão de consumo decente, certamente o modelo de crescimento pelo consumo de massas não se esgotou.

Há espaço para a continuidade deste modelo, com ênfase no acesso a direitos e serviços públicos sociais, em acordo, inclusive, com os direitos definidos na Constituição brasileira.

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