Criado com a proposta de promover o debate sobre temas de economia, educação popular e política, o Movimento Economia Pró-Gente produz vários conteúdos de interesse público. Um deles, o podcast “Outra Economia”, que reúne economistas para “decifrar” alguns temas espinhosos nem sempre tratados com a necessária clareza pela grande imprensa. Um exemplo é a reforma da previdência social, assunto de uma série de programas, cujos links do Youtube você acessa aqui e aqui.
No primeiro da série, que corresponde ao primeiro link, a discussão é sobre idade mínima da aposentadoria. Participam desse episódio os economistas Cristina Pereira Vieceli, Jonattan Castelli e Róber Iturriet Avila. A idade mínima costuma ser um dos itens mais polêmicos, principalmente num país tão desigual quanto o Brasil, onde em uma única cidade como São Paulo existem expectativas de vida de 80 anos e de menos de 60 anos, dependendo da região em que se mora. “Quando se estabelece uma idade mínima, a tendência é que os trabalhadores mais pobres, que começam a trabalhar mais cedo, trabalhem mais e se aposentem mais tardiamente”, lembra Róber.
Outro ponto é a dificuldade em passar uma mesma régua para um trabalhador dos centros urbanos, que passou a vida no escritório, e o da zona rural, cujo trabalho costuma ser mais desgastante. Nesse podcast discutem-se também outras questões, como teto e integralidade do valor das aposentadorias, sobre as quais há muita desinformação.
No segundo programa da série, o tema central é uma das propostas “vazadas” para a imprensa do que deverá ser a reforma de previdência do ministro de economia Paulo Guedes. Ele defende, por exemplo, a substituição do atual regime de repartição pelo de capitalização, uma mudança radical no modelo adotado no país que está sendo questionado no Chile, onde foi adotado nos anos 1970.
A capitalização prevê que cada trabalhador tenha uma conta individual, na qual ele deposita uma porcentagem do salário ao longo dos anos, como uma poupança. Nesse sistema não há contribuição do Estado e, em alguns casos, como inicialmente no Chile, nem dos empregadores. Entre as suas desvantagens está o risco de falência da instituição financeira (já que não é mais o Estado quem administra) e valores de aposentadoria menores que um salário mínimo. O debate sobre capitalização é feito por Jonattan, Róber e Julia Wünsch.
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