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Associação de brazilianistas europeus repudia condenação de Lula

A Associação pela Pesquisa sobre o Brasil na Europa (Arbre), importante entidade de brazilianistas europeus, divulgou uma nota condenando “os atentados à democracia e a justiça de exceção que assolam hoje o Brasil” e fazendo um apelo para que haja eleições livres no país em 2018. Segundo a entidade, a condenação de Lula, em segunda instância, no dia 24 de janeiro, “é o caso mais emblemático das violações do estado de direito que visam indistintamente políticos, sindicalistas, universitários e representantes das minorias”.

“A luta contra a corrupção, esse verdadeiro fardo que abala o sistema político brasileiro, tornou-se uma arma política a serviço das elites que estão no poder, da extrema direita e da bancada evangélica desde a destituição da presidente Dilma Rousseff”, conclui a a Arbre.

Leia a íntegra:

No dia 24 de janeiro de 2018, ao cabo de um processo sem provas, marcado por numerosas irregularidades (dentre as quais o anúncio do veredito por um canal de televisão antes mesmo da decisão final), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi condenado a mais de 12 anos de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Indicado como grande favorito nas pesquisas, Lula vê reduzidas suas possibilidades de participação nas eleições presidenciais de 2018. A luta contra a corrupção, esse verdadeiro fardo que abala o sistema político brasileiro, tornou-se uma arma política a serviço das elites que estão no poder, da extrema direita e da bancada evangélica desde a destituição da presidente Dilma Rousseff. A condenação de Lula é o caso mais emblemático das violações do estado de direito que visam indistintamente políticos, sindicalistas, universitários e representantes das minorias. A Associação pela Pesquisa sobre o Brasil na Europa condena esse desvio das instituições e faz um apelo para que haja eleições livres no Brasil.

Paris, 31 de janeiro de 2018

L’Association pour la Recherche sur le Brésil en Europe condamne les atteintes à la démocratie et la justice d’exception qui sévit actuellement au Brésil. Le 24 janvier 2018, au terme d’un procès sans preuves, marqué par de nombreuses irrégularités (dont l’annonce du verdict par une chaîne de télévision avant que celui-ci n’ait été rendu), l’ancien président Luiz Inácio Lula da Silva a été condamné à plus de 12 ans de prison pour faits de corruption passive et blanchiment d’argent. Donné favori dans les sondages, Lula voit réduites ses possibilités de se présenter aux élections présidentielles de 2018. La lutte contre la corruption, ce véritable fléau qui mine l’ensemble du système politique brésilien, est devenue une arme politique au service des élites au pouvoir, de l’extrême droite et de factions évangélistes depuis la destitution de la présidente Dilma Rousseff. La condamnation de Lula est le cas le plus emblématique des manquements répétés à l’État de droit qui visent indistinctement hommes politiques, syndicalistes, universitaires et représentants des minorités. L’Association pour la Recherche sur le Brésil en Europe condamne cette dérive des institutions et appelle à la tenue d’élections libres au Brésil.

Association pour la Recherche sur le Brésil en Europe

22 boulevard de Ménilmontant

75 020 Paris

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