8 de março é um dia histórico de luta das mulheres.
Todos os anos vamos às ruas com nossas bandeiras no alto para defender um mundo socialmente justo onde o machismo, o racismo, a LGBTfobia e todas as formas de opressão e exploração sejam combatidas.
Neste 8 de março, nos vemos diante de um cenário ainda mais difícil. Não lutamos apenas para conquistar novos direitos, mas também para garantir a permanência dos direitos que já temos.
Estamos sendo ameaçadas de perder mais um direito fundamental, que é a previdência pública. O impacto que a reforma proposta pelo governo terá em nossas vidas é brutal, principalmente para a população mais pobre.
É desumano querer que a gente trabalhe até morrer!
Março é também o mês em que se completa um ano do assassinato de Marielle Franco. Seguimos sem respostas. Por isso, estamos nas ruas afirmando que Marielle vive em nossas lutas. Não recuaremos e exigimos justiça!
Nos últimos anos, temos visto nossos direitos, nossas lutas e nossas vidas serem cada vez mais ameaçadas. Tem se instalado um clima de pessimismo profundo, que tem aumentado inclusive o ódio entre pessoas que pensam diferente. Nós perguntamos: quem sai ganhando com isso? A intolerância e a desilusão que têm sido espalhadas são apenas formas de impedir o diálogo entre nós e nos dominar.
Que democracia é essa onde não podemos defender o que acreditamos sem que as nossas vidas estejam em risco? Existe democracia sem direitos e sem a participação política de todas e todos? Existe democracia sem respeito à diversidade de ideias?
Nós, mulheres, seguimos resistindo e acreditando nas nossas lutas pelo mundo que acreditamos. Onde as trabalhadoras e trabalhadores tenham seus direitos garantidos. Onde as vidas negras não estejam cotidianamente em risco. Onde as políticas de drogas não estejam baseadas no extermínio e encarceramento da juventude negra.
Onde as populações indígenas e quilombolas tenham seus territórios e direitos garantidos. Onde empresas criminosas como a Vale sejam punidas pelos seus crimes. Onde as pessoas com deficiência tenham vez e voz. E onde a agroecologia e a luta da população do campo, das florestas e das águas sejam reconhecidas.
Nesse mundo que lutamos para construir, a nossa dignidade enquanto mulheres será respeitada. Os trabalhos de cuidado serão valorizados e distribuídos entre todas e todos. Estaremos livres de todas as formas de violência contra as mulheres. Todas e todos poderemos amar livremente e ser quem quisermos ser. Teremos o direito de escolher sobre os nossos destinos e sobre os nossos corpos. Esse direito será respeitado em todas as situações e também quando se tratar de levar ou não uma gravidez adiante.
Ass: 8M Recife
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